Foste na vida monstro incalculável
As doses do deixado desatino
Somente as barreiras do vil destino
Fez da vida um frenesi abominável
Os passos teus – sórdidos e sem brio –
Na esfera verdejante caminhaste
Foi do meu ser calor que teu foi frio
Foi minha alma a vitória que ganhaste
No profundo mistério da palavra
Na pouca sutilidade do verso
Fiz-me poeta exíguo, tanto imerso
Num lago da dor que feroz se agrava
Deixaste em minha memória um mistério
E riste da mal vida que foi minha
Mas, veja para qual lago o sol caminha.
Deixei-te no final dum cemitério.
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